A partir de setembro, os beneficiários da Cemig Saúde de Belo Horizonte e Região Metropolitana que necessitarem tratar doenças vasculares da retina terão o Núcleo de Antiangiogênicos, localizado no Centro de Promoção à Saúde (CPS), como unidade de referência para início das avaliações. Esse núcleo foi criado para oferecer um cuidado especializado no tratamento de doenças como a degeneração macular relacionada à idade, edema macular diabético e oclusões vasculares.

Os antiangiogênicos são medicamentos administrados por meio de injeções intravítreas, que têm se mostrado eficazes no tratamento dessas condições. As diretrizes para esse tipo de tratamento são detalhadas no Rol de Procedimentos da ANS, garantindo que sejam seguidos protocolos rigorosos para a segurança e eficácia do tratamento.

Degeneração macular relacionada à idade (DMRI)

A DMRI é uma doença que afeta principalmente a mácula, porção central da retina responsável pela visão de detalhes. Ela é mais comum em pessoas acima de 65 anos e causa perda visual progressiva. Existem dois tipos de DMRI:

• Forma seca: mais comum, provoca uma perda lenta da visão e não tem tratamento, apenas medidas que tornam mais lenta a progressão da doença.
• Forma úmida ou exsudativa: caracterizada pela formação de vasos abaixo da retina, formando uma membrana neovascular subretiniana (MNVSR). Essa membrana cresce em direção à mácula e pode extravasar líquidos e sangue, provocando uma alteração da visão mais rápida e mais grave que a forma seca.

Na degeneração macular, os antiangiogênicos estão indicados para tratar a membrana neovascular subretiniana, que ocorre na forma úmida da doença. O plano de tratamento varia de acordo com o paciente e a resposta à medicação. Geralmente, o protocolo se inicia com a aplicação de três injeções em intervalos de 30 dias. Após as sessões iniciais, o paciente é avaliado periodicamente e uma nova aplicação é indicada caso ocorra piora da visão causada pela DMRI. A presença de acuidade visual abaixo de 20/400 e/ou dano estrutural permanente na fóvea são fatores de exclusão para a cobertura do tratamento com antiangiogênicos na DMRI.

Edema macular diabético

Nos olhos, o diabetes causa a retinopatia diabética, uma condição grave que pode levar à cegueira. O açúcar elevado no sangue lesa os vasos da retina, levando ao extravasamento de fluidos e sangue e, posteriormente, ao sofrimento dos tecidos e formação de neovasos. Os antiangiogênicos têm mostrado bons resultados no tratamento desta condição ao inibir o crescimento anormal de vasos sanguíneos e reduzir o acúmulo de fluido na retina. Como na DMRI, o protocolo de tratamento depende da resposta do paciente à medicação e aos outros tratamentos associados (fotocoagulação a laser e/ou cirurgia). Após a fase de indução, o paciente é avaliado periodicamente e uma nova aplicação é indicada caso ocorra recidiva do edema macular. A presença de acuidade visual abaixo de 20/400 e/ou dano estrutural permanente na fóvea são fatores de exclusão para a cobertura do tratamento com antiangiogênicos no edema macular diabético.

Oclusões vasculares

Nas oclusões dos vasos da retina, o sangue é impedido de chegar aos tecidos, que entram em sofrimento. Com o tempo, pode ocorrer a formação de neovasos e suas complicações. Nos casos de obstrução vascular retiniana, os antiangiogênicos estão indicados se houver edema da mácula. O tratamento pode ser prolongado e a recuperação completa da visão nem sempre é possível devido à gravidade do problema. A presença de isquemia macular (evidenciada no exame de angiofluoresceinografia) ou outras alterações estruturais da retina que impedem a melhoria da visão são fatores de exclusão para o tratamento, de acordo com a ANS. Além disso, nas oclusões vasculares, a ausência de melhora da visão ou do edema macular por três meses consecutivos também são indicadores para a interrupção.

Procedimento

Os antiangiogênicos são administrados via injeção intravítrea, realizada sob anestesia local. Este procedimento, embora eficaz, pode apresentar algumas complicações raras, como infecções, inflamação ocular, descolamento da retina, hemorragias e aumento da pressão ocular. A aplicação correta e o monitoramento contínuo são fundamentais para minimizar esses riscos e garantir a segurança do paciente.

Núcleo de Antiangiogênicos

“A criação do Núcleo de Antiangiogênicos é um passo importante para oferecer um cuidado de alta qualidade e segurança aos nossos beneficiários”, afirma a Dra. Adriana Bonfioli, responsável técnica da Cemig Saúde. “Cada caso será avaliado por uma equipe de retinólogos experientes, seguindo os protocolos médicos mais atuais e as diretrizes da ANS e ANVISA”.

É importante ressaltar que, em caso de suspeita de problemas oculares, é necessário consultar o médico de referência do Conexão Saúde, que poderá encaminhar para um especialista. As consultas no CPS e o procedimento, que será realizado por um prestador referenciado da Cemig Saúde, estarão disponíveis a partir de setembro. Caso tenha interesse em receber mais orientações sobre o procedimento, realize um agendamento de consulta com um dos especialistas em Oftalmologia do Centro de Promoção à Saúde – CPS, pelo aplicativo ou Portal Cemig Saúde, ou pelo telefone: (31) 3253-4888. Para os beneficiários de outras regiões, o fluxo de tratamento continuará sendo realizado por meio da Rede Credenciada.